O relacionamento cordial entre as diretorias de Corinthians e Palmeiras foi rompido às vésperas do clássico que definirá um dos finalistas do Paulista. Irritado com a decisão do adversário de destinar apenas o setor visitante do Pacaembu para a torcida corintiana na partida, o presidente Andrés Sanchez acabou com um acordo que mantinha com o rival.
No ano passado, a diretoria do Palmeiras, chefiada pelo ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, firmou parceria com Sanchez para a realização de todos os clássicos com o Corinthians no Pacaembu. De acordo com o combinado, a torcida visitante ficaria no tobogã do estádio municipal, com maior capacidade de público, e não no acanhado setor visitante.
Para o confronto deste domingo, no entanto, o Palmeiras decidiu acomodar a torcida do Corinthians na área comumente destinada aos visitantes e repassar apenas 2.000 ingressos ao rival. A justificativa para a atitude foi uma determinação do Ministério Público, para que fossem evitados tumultos no clássico. "Isso nunca existiu", negou Sanchez, revoltado.
"Já deixo avisado de antemão: o acordo que o Corinthians tinha com o Palmeiras está acabado. No próximo jogo, eles terão tratamento recíproco", esbravejou o mandatário corintiano. "Depois, pelo visto, teremos clássicos com uma só torcida no estadio. Não é isso o que eles querem?", complementou.
A desavença de Andrés Sanchez com o Palmeiras é pelo mesmo motivo que incitou a ira do dirigente contra o São Paulo. Na primeira fase do Campeonato Paulista de 2009, o Tricolor decidiu encaminhar só 5% da carga total de ingressos aos corintianos em clássico disputado no Morumbi. A partir de então, o Corinthians rompeu definitivamente com Juvenal Juvêncio, mandatário são-paulino, prometendo (e cumprindo) nunca mais mandar seus jogos no estádio do rival.
A rivalidade com o São Paulo é tamanha que Sanchez até apoia a utilização da futura Arena Palestra Itália, e não do Morumbi, na próxima Copa das Confederações - o estádio paulista sede do Mundial de 2014 será aquele que o Corinthians construirá em Itaquera, na Zona Leste.
"É inadmissível que a cidade de São Paulo fique fora da Copa das Confederações. Se o nosso estádio não estiver pronto até lá, talvez dê para usar o do Palmeiras, que é moderno e jovem", elogiou.
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