O anúncio do presidente do Corinthians, Andrés Sanches, no último sábado, de que as obras do Fielzão começariam nesta semana atraiu centenas de pessoas à frente do terreno do futuro estádio corintiano, em Itaquera, em busca de emprego, nesta terça-feira.
Como já havia ocorrido em outras oportunidades, por volta das 6h uma enorme fila começou a se formar onde será a arena. Os homens, entretanto, não tinham conhecimento da nota divulgada pelo clube na noite da última segunda-feira, que informava que o início da construção segue indefinido. Assim, como já havia acontecido em outras oportunidades, a longa espera debaixo de Sol foi em vão.
- Desde fevereiro venho aqui pelo menos uma vez por semana e até agora nada. Fico na esperança de arrumar um serviço. Acredito que uma hora vai sair, nao sei quando, mas uma hora vai. Pago aluguel, tenho filhos para sustentar, necessito do emprego - disse ao LANCENET! o ajudante de pedreiro Edson Soares.
Mesmo sem data prevista para as obras começarem, diariamente dezenas de pessoas, entre pedreiros, auxiliares, carpinteiros, operadores de máquinas e soldadores vão até o local.
- Vamos voltando todos os dias para ver o que acontece. Todo mundo é pai de familia, precisa trabalhar para se manter. Não tem ninguém para dar informação, não aparece ninguém. Em outras obras que trabalhei sempre sai alguém para falar, mas aqui não aparece ninguém para dar satisfação de nada. Mesmo assim, a esperança é a última que morre - afirmou o operador de máquinas José Alves da Cruz, morador da Zona Leste.
A Odebrecht, construtora responsável pelas obras, informa que ainda não iniciou as contratações, e que em todos os seus projetos nunca faz recrutamento ou seleção no local. A posição é reforçada pelo vice-presidente do Corinthians, Roberto de Andrade.
- Não sei o lugar específico onde a Odebretch fará essa seleção de trabalhadores, mas o que é importante a gente veicular é que não será no canteiro de obras. Pelo que ficou combinado, seria dada a prioridade às pessoas desempregadas da Zona Leste e seriam gerados 2 mil empregos direto, mais os indiretos - falou Andrade.
Enquanto os postos de trabalho na contrução do Fielzão não são criados, algumas pessoas vão dando outras soluções como fonte de renda. Isa Duque, que é mãe de duas crianças, uma de nove meses, decidiu montar uma barraquinha para vender bolos e biscoitos para as pessoas que vão até o local em busca de emprego.
- Vim para ganhar dinheiro. Vi no jornal que as obras iriam começar hoje e vim para aproveitar o pessoal que está aí. Valeu a pena e amanhã venho de novo - disse Isa, que é corintiana e sonha em ver um jogo do time no futuro estádio.
Inicialmente, quando o projeto do estádio foi feito para 48 mil lugares, o orçamento foi de R$335 milhões. Com o objetivo de sediar a abertura da Copa do Mundo, porém, a capacidade teve de ser ampliada para 65 mil lugares - número mínimo exigido pela Fifa - e os custos saltaram para R$650 milhões.
De acordo com previsão de Luis Paulo Rosenberg, vice-presidente de marketing do clube e principal responsável pelo estádio, os trabalhos devem durar no máximo dois anos e sete meses, ficando pronto entre novembro e dezembro de 2013.
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