sexta-feira, 27 de maio de 2011

Timão ignora ameaça da Fifa e diz que está dentro do cronograma


Luis Paulo Rosenberg apresenta TV portátil do Corinthians (Foto: Carlos Augusto Ferrari / GLOBOESPORTE.COM)Diante da ameaça da Fifa de tirar São Paulo da Copa do Mundo de 2014, o Corinthians se pronunciou de maneira otimista em relação aos prazos para a construção do Fielzão, candidato à abertura do Mundial. Só que a entidade máxima do futebol mundial segue preocupada com a demora no início das obras. E o Timão não terá margem para erro. 
Com acordo de intenções assinado com a Odebrecht desde o final de agosto do ano passado, o clube alvinegro firmou apenas esta semana o contrato para a realização de terraplanagem. Por conta de problemas burocráticos, de janeiro até agora, o clube previu ao menos cinco datas diferentes para o início da construção. E não cumpriu.
- Nosso compromisso é com os corintianos e com o estado de São Paulo. Queremos, dentro das nossas realidades, fazer um estádio que possa atender às exigências da Fifa para abrir a Copa do Mundo, sem que para isso o clube seja onerado em uma conta que não poderá pagar – disse Luis Paulo Rosenberg.
Por email e via assessoria de imprensa, o diretor de marketing do clube, que está à frente das negociações, aceitou responder algumas perguntas. E afirmou que o clube continua tentando ajustar o orçamento de mais de R$ 1 bilhão passado pela Odebrecht. A intenção é chegar a um valor perto dos R$ 700 milhões iniciais.
Confira a íntegra da entrevista com Rosenberg:
GLOBOESPORTE.COM: Qual a posição do Corinthians diante da ameaça da Fifa com relação à Copa do Mundo de 2014 na cidade de São Paulo?
Luis Paulo Rosenberg: Nós entendemos a preocupação da Fifa e a preocupação da sociedade de um modo geral. Mas, segundo todas as previsões (pessimistas e otimistas), a construção do estádio leva 30 meses. Ou seja, se começarmos as obras em julho e cumprirmos o prazo normal (sem termos que dobrar turnos ou números de operários para apressar a obra), o estádio estará pronto em dezembro de 2013, seis meses antes do início da Copa do Mundo de 2014.
Queremos, dentro das nossas realidades, fazer um estádio que possa atender às exigências da Fifa"
Rosenberg
O presidente Andrés Sanches diz sempre que o Corinthians está fazendo um estádio para corintianos, não para Copa do Mundo. É isso mesmo?
Nosso compromisso é com os corintianos e com o estado de São Paulo. Queremos, dentro das nossas realidades, fazer um estádio que possa atender às exigências da Fifa para abrir a Copa do Mundo, sem que para isso o clube seja onerado em uma conta que não poderá pagar.
Depois de tantos prazos não cumpridos, o Corinthians tem, enfim, uma data para o início das obras em Itaquera?
Temos até julho para começar as obras e ainda assim estar no cronograma. O que estamos fazendo agora é rediscutindo os valores. Vide que se fossemos fazer loucuras poderíamos apressar, mas quem pagaria a conta? Não posso aprovar um projeto que não seja o mais justo, o mais barato, porque somos nós, os corintianos, quem vamos pagar.
O Corinthians quer reduzir o orçamento, mas com tão pouco tempo para obra é possível fazê-la com os R$ 700 milhões que quer?
Claro que é. Veja que já assinamos o Gerenciamento do Projeto de Terraplanagem. Isso nos permite começar esta parte da obra, que vai durar algo em torno de três meses, e seguir rediscutindo o valor para que paguemos o mínimo possível, sem perder a qualidade de obra.
Estádio Corinthians Fielzão (Foto: Divulgação )Projeto do estádio do Corinthians para 70 mil
(Foto: Divulgação )
O Andrés sempre diz, ironicamente, que o estádio não vai sair. De verdade, em algum momento vocês temeram algo nesse sentido?
Não. Imagine que nossa torcida sonha há 100 anos com um estádio. Estamos muito próximos de realizar este sonho e entendo que os corintianos temem acreditar depois de verem projetos fracassados tantas vezes. Ter um estádio é trabalhoso, difícil. Mas tenho certeza de que teremos o nosso.
O quanto o orçamento bilionário da Odebrecht atrapalhou os planos do Corinthians, já que atrasou ainda mais as obras por vocês estarem atrás de outras construtoras?
Se você comparar toda a burocracia que existe para começar uma obra deste tamanho, nós fomos muito rápidos. Andamos com toda a papelada em tempo recorde e essa é a parte que leva mais tempo para começar. Claro que cada semana que passa a pressão aumenta, mas estamos dentro do prazo.
E nessa procura por outras construtoras, o que o Corinthians já tem em mãos? Conseguiu reduzir o custo para R$ 10 mil por assento?
Não estamos procurando outras construtoras. Estamos em busca, numa parceria com a Odebrecht, de métodos construtivos mais econômicos. Ao passo que vamos tocando a terraplanagem durante este período para não atrasarmos a obra.
Tenham certeza de que o projeto do Corinthians é sério e o melhor para a cidade"
Rosenberg
Se São Paulo ficar mesmo fora da Copa do Mundo, o Corinthians vai manter o estádio para 70 mil ou vai reduzir para 48 mil?
Não trabalhamos com essa ideia.
Em que situação você acha que está o estádio ao fim do mandato de Andrés Sanches? Acredita que as obras estarão em que pé?
Tenho certeza de que estarão dentro do cronograma. Em fevereiro já serão oito meses de obras, ainda faltará bastante a ser feito, mas com bastante coisa já feita.
Por fim, você, em nome do Corinthians, tem alguma coisa a dizer para a população paulistana que quer ver a Copa do Mundo na cidade?
Tenham certeza de que o projeto do Corinthians é sério e o melhor para a cidade. Levará emprego e melhorias para uma zona carente e garantirá à maior cidade do país um papel de destaque na Copa do Mundo.

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